Neste dia 18 de Abril, na cidade de Loulé, ocorreu mais um evento de carácter religioso, onde ocorreram milhares de fiéis à cidade. Neste dia, festeja-se o adeus à padroeira de Loulé, conhecida pela "festa grande". Durante a "festa pequena", que decorreu 15 dias antes, festejou-se a descida da ermida da Senhora da Piedade, até à Igreja de São Francisco.
Um pouco de História:
As festividades da Mãe Soberana constituem uma tradição que data do século XVI estando ainda bastante enraizada na comunidade local.
Nesta manifestação de culto pela fé existem duas vertentes distintas: a religiosa no seu sentido significativo, e a profana, na mais ampla e liberal exteriorização popular.
Conta a lenda que, várias foram as tentativas para construir uma ermida em honra da Virgem da Piedade, numa gruta, saíndo sempre frustradas. Conta-se que os pedreiros, ao fim do dia de trabalho e ao deixar as ferramentas no local, regressavam pela manhã e encontravam essas mesmas ferramentas no alto de cerro. Atribuiu-se então tal facto, a uma intervenção e "milagre" da santa, que assim manifestava a sua vontade de ter a sua casa num local alto e sobranceiro e não escondida numa gruta. E fez-se a sua vontade...
As datas de construção/edificação não são claras, e os historiadores têm vindo a considerar a data de 1553 como sendo a "data oficial" da edificação da Ermida da Nossa Senhora da Piedade.
A missa:
Conta a lenda que, várias foram as tentativas para construir uma ermida em honra da Virgem da Piedade, numa gruta, saíndo sempre frustradas. Conta-se que os pedreiros, ao fim do dia de trabalho e ao deixar as ferramentas no local, regressavam pela manhã e encontravam essas mesmas ferramentas no alto de cerro. Atribuiu-se então tal facto, a uma intervenção e "milagre" da santa, que assim manifestava a sua vontade de ter a sua casa num local alto e sobranceiro e não escondida numa gruta. E fez-se a sua vontade...
As datas de construção/edificação não são claras, e os historiadores têm vindo a considerar a data de 1553 como sendo a "data oficial" da edificação da Ermida da Nossa Senhora da Piedade.
A missa:
O programa das comemorações começa nos dias 15, 16 e 17 de Abril, com um Tríduo Solene em que se assinala o Dia dos Colaboradores, do Idoso e do Doente, da Família e dos Jovens. Várias são as missas celebradas, em vários pontos da cidade. No dia 18, é então celebrada a missa campal, junto ao Monumento Engº Duarte Pacheco, presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. Após a eucaristia, tem início a grande procissão que percorre então as ruas da cidade.
Mesmo com a ameaça de chuva, que até se fez notar por breves momentos, a afluência ao evento fez-se notar. Gente local e vinda de todo o Algarve e regiões mais além, portugueses e estrangeiros (multi-nações), assistiram á missa e acompanharam a Santa na sua caminhada até á Capela.
Como a tradição manda, são os "jovens de carregam a Santa pelas ruas da cidade até ao seu Santuário, passando essa tradição de pais para filhos. Em tempos passados, estes homens eram considerados seres com capacidades sobre-humanas, devido ao esforço necessário para alcançar o cume e o Santuário.
Vestidos a rigor, com as suas vestes brancas (calças e opas) e mantos azuis, 8 homens caminham então pelo difícil percurso desde a baixa da cidade até ao cimo do íngreme serro onde se situa o Santuário, sempre ao ritmo da música tocada pela banda filarmónica e ainda acompanhada pelos Bombeiros e GNR.
Na procissão da "festa grande", o andor, na sua despedida à cidade, pára em frente ao edifício dos Paços do Concelho, pois era aí, que se elegiam os mordomos da confraria de Nossa Senhora da Piedade e se nomeavam os homens que em cada ano transportariam o andor. Mas também porque se pretende sublinhar os laços eclesiásticos e laicos e também porque se quer lembrar aos que tomam as rédeas ao poder local, a Piedade, a Honestidade, o Sofrimento, enfim, a Humanidade (...!!!...).
A beleza da decoração do andor e a riqueza do bordado do manto da Santa é inegável. Ricamente bordado a fio de ouro, sobre a cor azul, relembra a tradição e perfeição das bordadeiras de outros tempos. Vale a pena admirar a beleza deste bordado...
Logo que se escutam os acordes da "marcha picada" do hino da Mãe Soberana, o passo acelera, transformando-se numa corrida de equilibrio, com a população a exortar o esforço. Acenam-se com milhares de lenços brancos a sua passagem e dão-se vivas á Santa.
Ainda um facto curioso, é o de os homens que levam o andor caminharem em passo rápido, fazendo com que a Santa dance ao ritmo da música, facto este único e diferente de qualquer outra procissão a que jamais assisti, proporcionando um sentimento de alegria e fé a todos os que assistem à sua passagem. O olhar e a expressão no rosto dos mais velhotes dá-nos um sentimento de crença, só possível num meio como o vivenciado aqui, no momento...
Estamos agora frente ao largo de S. Francisco. Aqui, paramos para um breve momento de descanso, para que os portadores do andor possam recuperar forças para o percurso final.
Após isso, inicia-se a escalada do caminho que dá acesso ao Altar da Nossa Senhora da Piedade. Este é um momento espantoso da fé cristã nesta terra. Ao esforço gigantesco dos homens que transportam a Virgem, alia-se a força espiritual dos muitos fiéis que, em vivas e em passo vivo e na cadência musicada dos membros da banda, vão "empurrando", calçada acima, o pesado andor da padroeira.
Resta apenas dizer que não é só em Fátima que se vive a fé, mas é também aqui que, hoje e desde décadas, acontece a maior manifestação de religiosidade a Sul do País.
Desconhecida por muitos, mas vivenciada por bastantes....
Hino
Hino
Nossa Senhora da Piedade
Ó doce Mãe da Piedade,
Ó Maria Imaculada
Sede para sábio e rude
A nossa mãe muito amada
Sede a nossa Protectora,
Ó doce Virgem Maria.
Sede a Rainha, Senhora,
Da nossa terra algarvia.
Sede a nossa Mãe Soberana.
Nossa esperança, amparo e luz.
Sede a Guia carinhosa
Que pobres e cegos conduz.
Terra de Santa Maria,
Ó bendita Mãe de Deus,
Todo o povo em vós confia.
No mar, na terra e nos céus.
Texto elaborado com o apoio a artigos publicados pela Câmara Municipal de Loulé na página do Município e ainda em artigos da página CNA - Central de Notícias do Algarve e Observatório do Algarve.
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