domingo, abril 18, 2010

Festa Grande da Mãe Soberana, Nossa Senhora da Piedade - Loulé









Neste dia 18 de Abril, na cidade de Loulé, ocorreu mais um evento de carácter religioso, onde ocorreram milhares de fiéis à cidade. Neste dia, festeja-se o adeus à padroeira de Loulé, conhecida pela "festa grande". Durante a "festa pequena", que decorreu 15 dias antes, festejou-se a descida da ermida da Senhora da Piedade, até à Igreja de São Francisco.


Um pouco de História:

As festividades da Mãe Soberana constituem uma tradição que data do século XVI estando ainda bastante enraizada na comunidade local.

Nesta manifestação de culto pela fé existem duas vertentes distintas: a religiosa no seu sentido significativo, e a profana, na mais ampla e liberal exteriorização popular.

Conta a lenda que, várias foram as tentativas para construir uma ermida em honra da Virgem da Piedade, numa gruta, saíndo sempre frustradas. Conta-se que os pedreiros, ao fim do dia de trabalho e ao deixar as ferramentas no local, regressavam pela manhã e encontravam essas mesmas ferramentas no alto de cerro. Atribuiu-se então tal facto, a uma intervenção e "milagre" da santa, que assim manifestava a sua vontade de ter a sua casa num local alto e sobranceiro e não escondida numa gruta. E fez-se a sua vontade...

As datas de construção/edificação não são claras, e os historiadores têm vindo a considerar a data de 1553 como sendo a "data oficial" da edificação da Ermida da Nossa Senhora da Piedade.

A missa:



O programa das comemorações começa nos dias 15, 16 e 17 de Abril, com um Tríduo Solene em que se assinala o Dia dos Colaboradores, do Idoso e do Doente, da Família e dos Jovens. Várias são as missas celebradas, em vários pontos da cidade. No dia 18, é então celebrada a missa campal, junto ao Monumento Engº Duarte Pacheco, presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. Após a eucaristia, tem início a grande procissão que percorre então as ruas da cidade.

Mesmo com a ameaça de chuva, que até se fez notar por breves momentos, a afluência ao evento fez-se notar. Gente local e vinda de todo o Algarve e regiões mais além, portugueses e estrangeiros (multi-nações), assistiram á missa e acompanharam a Santa na sua caminhada até á Capela.





Como a tradição manda, são os "jovens de carregam a Santa pelas ruas da cidade até ao seu Santuário, passando essa tradição de pais para filhos. Em tempos passados, estes homens eram considerados seres com capacidades sobre-humanas, devido ao esforço necessário para alcançar o cume e o Santuário.

Vestidos a rigor, com as suas vestes brancas (calças e opas) e mantos azuis, 8 homens caminham então pelo difícil percurso desde a baixa da cidade até ao cimo do íngreme serro onde se situa o Santuário, sempre ao ritmo da música tocada pela banda filarmónica e ainda acompanhada pelos Bombeiros e GNR.



Curiosidades:
Na procissão da "festa grande", o andor, na sua despedida à cidade, pára em frente ao edifício dos Paços do Concelho, pois era aí, que se elegiam os mordomos da confraria de Nossa Senhora da Piedade e se nomeavam os homens que em cada ano transportariam o andor. Mas também porque se pretende sublinhar os laços eclesiásticos e laicos e também porque se quer lembrar aos que tomam as rédeas ao poder local, a Piedade, a Honestidade, o Sofrimento, enfim, a Humanidade (...!!!...).

A beleza da decoração do andor e a riqueza do bordado do manto da Santa é inegável. Ricamente bordado a fio de ouro, sobre a cor azul, relembra a tradição e perfeição das bordadeiras de outros tempos. Vale a pena admirar a beleza deste bordado...
Logo que se escutam os acordes da "marcha picada" do hino da Mãe Soberana, o passo acelera, transformando-se numa corrida de equilibrio, com a população a exortar o esforço. Acenam-se com milhares de lenços brancos a sua passagem e dão-se vivas á Santa.
Ainda um facto curioso, é o de os homens que levam o andor caminharem em passo rápido, fazendo com que a Santa dance ao ritmo da música, facto este único e diferente de qualquer outra procissão a que jamais assisti, proporcionando um sentimento de alegria e fé a todos os que assistem à sua passagem. O olhar e a expressão no rosto dos mais velhotes dá-nos um sentimento de crença, só possível num meio como o vivenciado aqui, no momento...


Estamos agora frente ao largo de S. Francisco. Aqui, paramos para um breve momento de descanso, para que os portadores do andor possam recuperar forças para o percurso final.

Após isso, inicia-se a escalada do caminho que dá acesso ao Altar da Nossa Senhora da Piedade. Este é um momento espantoso da fé cristã nesta terra. Ao esforço gigantesco dos homens que transportam a Virgem, alia-se a força espiritual dos muitos fiéis que, em vivas e em passo vivo e na cadência musicada dos membros da banda, vão "empurrando", calçada acima, o pesado andor da padroeira.







Resta apenas dizer que não é só em Fátima que se vive a fé, mas é também aqui que, hoje e desde décadas, acontece a maior manifestação de religiosidade a Sul do País.
Desconhecida por muitos, mas vivenciada por bastantes....

Hino
Nossa Senhora da Piedade
Ó doce Mãe da Piedade,
Ó Maria Imaculada
Sede para sábio e rude
A nossa mãe muito amada
Sede a nossa Protectora,
Ó doce Virgem Maria.
Sede a Rainha, Senhora,
Da nossa terra algarvia.
Sede a nossa Mãe Soberana.
Nossa esperança, amparo e luz.
Sede a Guia carinhosa
Que pobres e cegos conduz.
Terra de Santa Maria,
Ó bendita Mãe de Deus,
Todo o povo em vós confia.
No mar, na terra e nos céus.

Texto elaborado com o apoio a artigos publicados pela Câmara Municipal de Loulé na página do Município e ainda em artigos da página CNA - Central de Notícias do Algarve e Observatório do Algarve.


sexta-feira, abril 16, 2010

Fonte Férrea, S. Brás de Alportel

Mais um dia de passeio, mais um local visitado...

Desta vez, fui até S. Brás de Alportel, mais precisamente até à conhecida "Fonte Férrea".

Localizado a norte de S. Brás, no sentido da antiga estrada para Lisboa, a seguir á localidade de Alportel temos uma indicação à direita.... siga por aí!

Começamos a descer e entramos numa zona circundada de sobreiros (Quercus suber) e de outra vegetação arbustiva e rasteira, típica da serra algarvia...

Podemos ainda observar o que resta de um valado típico na região ( e todo o país), onde a técnica e arte dos nossos ancestrais perduram até aos dias de hoje.



Repare-se como os muros de pedra da região são sólidos e não contêm aquilo que hoje estamos tão habituados a ver...betão!

Descemos mais um pouco e chegamos ao parque de estacionamento, bastantes espaçoso, limpo e ordenado. Estacione a viatura e vá dar um passeio a pé...





Vai observar um magnífico parque de merendas e excelente zonas para os famosos piqueniques, tão agradáveis em qualquer época do ano, em especial naqueles dias de calor...






As mesas disponíveis não são muitas, é certo, em especial em dias como o de este fim-de-semana de sol, mas existem muitas áreas á volta da ribeira onde poderá estender uma manta e deleitar-se a ouvir o barulho da água, dos pássaros e das crianças que brincam na água...














Poderá aproveitar e molhar os pés nesta água límpida, mas aviso já, que é gelada!

Mais alguém aproveitou para molhar não só os pés (patas), mas todo o corpo! Afinal há que refrescar todo o corpo...











Vejam só o ar de felicidade da menina...

Aproveite ainda para dar um passeio pelos trilhos á volta da ribeira... verá que vai gostar...

Observe as imensas e variadas espécies de plantas á sua volta, as suas cores e aromas... mas respeite o local e tudo o que nele se encontra... não leve nada para casa. Deixe para que o próximo possa observar o mesmo e mais!








É um dia muito bem passado. Só ou com companhia... aproveite o que de melhor a natureza lhe dá e ainda pode usufruir sem custos adicionais...
Já agora, e como informação, este é um excelente local para a prática de downhill, com excelentes acessos. Aliás, é considerado a meca do Downhill no Algarve, com cerca de 10 pistas com graus de dificuldade e técnica para todos os gostos...
Divirta-se... e bons passeios...!

sábado, abril 10, 2010

Cacela Velha - Vila Real de Sto. António

Mais um dia de passeio pelas bonitas Vilas e Aldeias do nosso Algarve Rural, desta feita:


Cacela Velha... e voltou a magia de outros tempos!

Entrando pela EN125, entre Vila Real de Stº. António e Tavira, encontramos estas placas que indicam a saída. (Perdoem-me pela má qualidade da mesma, mas houve uma pequena falha técnica, que prometo corrigir logo que possível). Dêem um pulo ás duas localidades mencionadas: Cacela Velha e Sítio da Fábrica. Vai valer a pena...


Trago-vos hoje, algumas imagens de Cacela Velha, pequena aldeia em varanda sobre um dos extremos da Ria Formosa, que mantem até hoje, a magia de outros tempos.



Delicada, muito pequenina, cheia de histórias, com um legado único de antepassados que por ali passaram, deixando a sua marca indelével, permitindo hoje espreitar o passado.










A aldeia, um conjunto arquitectónico harmonioso, detém a
credencial de Imóvel de Interesse Público desde 23 de Setembro de 1983.





Ao entrar na aldeia, começamos por pisar um belíssimo pavimento em calçada portuguesa, remetendo-nos desde logo para outros tempo...

Ruas estreitas, muito bem caiadas de branco e limpas, guiam-nos até á Igreja Matriz, no limite a sul da aldeia. Aí, vemos uma das mais belas paisagens e cenário deste sul algarvio:





o melhor de Cacela!





É simplesmente fantástico observar o sol deitando-se de mansinho no espelho d'água que se estende até onde a nossa vista alcança...




Continuando a caminhada, contornamos a Igreja Matriz, seguimos ao longo do muro em direcção ao centro da aldeia e chegamos ao largo em frente à Fortaleza.


Esta Fortaleza foi mandada construir no reinado de D. João III ou de D. Sebastião, visto o castelo árabe-medieval escontrar-se, à época, quase totalmente desmantelado. O edifício sofreu várias vicissitudes ao longo da sua existência, tendo ficado praticamente destruido com o terramoto de 1755. Foi mandada reconstruir por D. Rodrigo de Noronha em 1770, prolongando-se os trabalhos até 1794.


Na actualidade, as dependências da Fortaleza estão ocupadas pela Brigada Fiscal da GNR e o seu acesso ao interior carece de autorização.












Mais uma magnífica imagem, desta vez no sentido de Vila Real de Santo António...




No largo central podemos observar esta nora, donde ainda é possível retirar água para o consumo dos populares



Em frente á entrada para a Fortaleza, podemos observar as Casas da Câmara. Edificações térreas situadas no limite da povoação, junto á antiga cerca árabe-medieval. A antiga cadeia ocupava uma destas casas e as cavalariças outra.


Estas edificações, que aparecem indicadas em cartas dos séc. XVII e XVIII foram entretanto transformadas em casas para habitação, mantendo no entanto os duplos beirais da construção inicial.


As


Casas, caiadas de branco, com o tradicional azul cobalto e amarelas nas barras das frontarias cintilam quando expostas aos raios solares num lindo dia como este. Por momentos, até parece que estou numa outra aldeia, no meio do Alentejo, minha terra mãe... e o tempo parou!

Também eu parei, ao ver a Maggie a dar uma pequena corrida a este gatinho, que na sua natural calma, se espreguiçava sobre os ramos de uma árvore.










Mas o gatito, na sua ideia, bem sabia que estava bem seguro onde estava, e pouco se ralou com a situação, observando o horizonte, talvez em busca do seu jantar!



Iniciámos a nossa caminhada de volta ao Xaimite, e quase a sair, observo os nomes de uma dada rua, e penso:
"Senhores dirigentes deste nosso pedaço á beira mar plantado: temos história, usem-na e divulgem o que de melhor temos neste periodo tão conturbado em que vivemos."
Isto são nomes de ruas. Representam algo. A hsitória do local, das suas gentes, do seu passado e daqueles que lutaram para nós pudermos ver estas (cada vez menos) maravilhas do nosso país...
Rua das Violetas, Rua das Oliveiras....o que é isso???????
Daqui seguimos para a Fábrica, mas essas imagens ficam para outro dia...

Bons passeios e divirtam-se por esse Portugal fora!

domingo, abril 18, 2010

Festa Grande da Mãe Soberana, Nossa Senhora da Piedade - Loulé









Neste dia 18 de Abril, na cidade de Loulé, ocorreu mais um evento de carácter religioso, onde ocorreram milhares de fiéis à cidade. Neste dia, festeja-se o adeus à padroeira de Loulé, conhecida pela "festa grande". Durante a "festa pequena", que decorreu 15 dias antes, festejou-se a descida da ermida da Senhora da Piedade, até à Igreja de São Francisco.


Um pouco de História:

As festividades da Mãe Soberana constituem uma tradição que data do século XVI estando ainda bastante enraizada na comunidade local.

Nesta manifestação de culto pela fé existem duas vertentes distintas: a religiosa no seu sentido significativo, e a profana, na mais ampla e liberal exteriorização popular.

Conta a lenda que, várias foram as tentativas para construir uma ermida em honra da Virgem da Piedade, numa gruta, saíndo sempre frustradas. Conta-se que os pedreiros, ao fim do dia de trabalho e ao deixar as ferramentas no local, regressavam pela manhã e encontravam essas mesmas ferramentas no alto de cerro. Atribuiu-se então tal facto, a uma intervenção e "milagre" da santa, que assim manifestava a sua vontade de ter a sua casa num local alto e sobranceiro e não escondida numa gruta. E fez-se a sua vontade...

As datas de construção/edificação não são claras, e os historiadores têm vindo a considerar a data de 1553 como sendo a "data oficial" da edificação da Ermida da Nossa Senhora da Piedade.

A missa:



O programa das comemorações começa nos dias 15, 16 e 17 de Abril, com um Tríduo Solene em que se assinala o Dia dos Colaboradores, do Idoso e do Doente, da Família e dos Jovens. Várias são as missas celebradas, em vários pontos da cidade. No dia 18, é então celebrada a missa campal, junto ao Monumento Engº Duarte Pacheco, presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. Após a eucaristia, tem início a grande procissão que percorre então as ruas da cidade.

Mesmo com a ameaça de chuva, que até se fez notar por breves momentos, a afluência ao evento fez-se notar. Gente local e vinda de todo o Algarve e regiões mais além, portugueses e estrangeiros (multi-nações), assistiram á missa e acompanharam a Santa na sua caminhada até á Capela.





Como a tradição manda, são os "jovens de carregam a Santa pelas ruas da cidade até ao seu Santuário, passando essa tradição de pais para filhos. Em tempos passados, estes homens eram considerados seres com capacidades sobre-humanas, devido ao esforço necessário para alcançar o cume e o Santuário.

Vestidos a rigor, com as suas vestes brancas (calças e opas) e mantos azuis, 8 homens caminham então pelo difícil percurso desde a baixa da cidade até ao cimo do íngreme serro onde se situa o Santuário, sempre ao ritmo da música tocada pela banda filarmónica e ainda acompanhada pelos Bombeiros e GNR.



Curiosidades:
Na procissão da "festa grande", o andor, na sua despedida à cidade, pára em frente ao edifício dos Paços do Concelho, pois era aí, que se elegiam os mordomos da confraria de Nossa Senhora da Piedade e se nomeavam os homens que em cada ano transportariam o andor. Mas também porque se pretende sublinhar os laços eclesiásticos e laicos e também porque se quer lembrar aos que tomam as rédeas ao poder local, a Piedade, a Honestidade, o Sofrimento, enfim, a Humanidade (...!!!...).

A beleza da decoração do andor e a riqueza do bordado do manto da Santa é inegável. Ricamente bordado a fio de ouro, sobre a cor azul, relembra a tradição e perfeição das bordadeiras de outros tempos. Vale a pena admirar a beleza deste bordado...
Logo que se escutam os acordes da "marcha picada" do hino da Mãe Soberana, o passo acelera, transformando-se numa corrida de equilibrio, com a população a exortar o esforço. Acenam-se com milhares de lenços brancos a sua passagem e dão-se vivas á Santa.
Ainda um facto curioso, é o de os homens que levam o andor caminharem em passo rápido, fazendo com que a Santa dance ao ritmo da música, facto este único e diferente de qualquer outra procissão a que jamais assisti, proporcionando um sentimento de alegria e fé a todos os que assistem à sua passagem. O olhar e a expressão no rosto dos mais velhotes dá-nos um sentimento de crença, só possível num meio como o vivenciado aqui, no momento...


Estamos agora frente ao largo de S. Francisco. Aqui, paramos para um breve momento de descanso, para que os portadores do andor possam recuperar forças para o percurso final.

Após isso, inicia-se a escalada do caminho que dá acesso ao Altar da Nossa Senhora da Piedade. Este é um momento espantoso da fé cristã nesta terra. Ao esforço gigantesco dos homens que transportam a Virgem, alia-se a força espiritual dos muitos fiéis que, em vivas e em passo vivo e na cadência musicada dos membros da banda, vão "empurrando", calçada acima, o pesado andor da padroeira.







Resta apenas dizer que não é só em Fátima que se vive a fé, mas é também aqui que, hoje e desde décadas, acontece a maior manifestação de religiosidade a Sul do País.
Desconhecida por muitos, mas vivenciada por bastantes....

Hino
Nossa Senhora da Piedade
Ó doce Mãe da Piedade,
Ó Maria Imaculada
Sede para sábio e rude
A nossa mãe muito amada
Sede a nossa Protectora,
Ó doce Virgem Maria.
Sede a Rainha, Senhora,
Da nossa terra algarvia.
Sede a nossa Mãe Soberana.
Nossa esperança, amparo e luz.
Sede a Guia carinhosa
Que pobres e cegos conduz.
Terra de Santa Maria,
Ó bendita Mãe de Deus,
Todo o povo em vós confia.
No mar, na terra e nos céus.

Texto elaborado com o apoio a artigos publicados pela Câmara Municipal de Loulé na página do Município e ainda em artigos da página CNA - Central de Notícias do Algarve e Observatório do Algarve.


sexta-feira, abril 16, 2010

Fonte Férrea, S. Brás de Alportel

Mais um dia de passeio, mais um local visitado...

Desta vez, fui até S. Brás de Alportel, mais precisamente até à conhecida "Fonte Férrea".

Localizado a norte de S. Brás, no sentido da antiga estrada para Lisboa, a seguir á localidade de Alportel temos uma indicação à direita.... siga por aí!

Começamos a descer e entramos numa zona circundada de sobreiros (Quercus suber) e de outra vegetação arbustiva e rasteira, típica da serra algarvia...

Podemos ainda observar o que resta de um valado típico na região ( e todo o país), onde a técnica e arte dos nossos ancestrais perduram até aos dias de hoje.



Repare-se como os muros de pedra da região são sólidos e não contêm aquilo que hoje estamos tão habituados a ver...betão!

Descemos mais um pouco e chegamos ao parque de estacionamento, bastantes espaçoso, limpo e ordenado. Estacione a viatura e vá dar um passeio a pé...





Vai observar um magnífico parque de merendas e excelente zonas para os famosos piqueniques, tão agradáveis em qualquer época do ano, em especial naqueles dias de calor...






As mesas disponíveis não são muitas, é certo, em especial em dias como o de este fim-de-semana de sol, mas existem muitas áreas á volta da ribeira onde poderá estender uma manta e deleitar-se a ouvir o barulho da água, dos pássaros e das crianças que brincam na água...














Poderá aproveitar e molhar os pés nesta água límpida, mas aviso já, que é gelada!

Mais alguém aproveitou para molhar não só os pés (patas), mas todo o corpo! Afinal há que refrescar todo o corpo...











Vejam só o ar de felicidade da menina...

Aproveite ainda para dar um passeio pelos trilhos á volta da ribeira... verá que vai gostar...

Observe as imensas e variadas espécies de plantas á sua volta, as suas cores e aromas... mas respeite o local e tudo o que nele se encontra... não leve nada para casa. Deixe para que o próximo possa observar o mesmo e mais!








É um dia muito bem passado. Só ou com companhia... aproveite o que de melhor a natureza lhe dá e ainda pode usufruir sem custos adicionais...
Já agora, e como informação, este é um excelente local para a prática de downhill, com excelentes acessos. Aliás, é considerado a meca do Downhill no Algarve, com cerca de 10 pistas com graus de dificuldade e técnica para todos os gostos...
Divirta-se... e bons passeios...!

sábado, abril 10, 2010

Cacela Velha - Vila Real de Sto. António

Mais um dia de passeio pelas bonitas Vilas e Aldeias do nosso Algarve Rural, desta feita:


Cacela Velha... e voltou a magia de outros tempos!

Entrando pela EN125, entre Vila Real de Stº. António e Tavira, encontramos estas placas que indicam a saída. (Perdoem-me pela má qualidade da mesma, mas houve uma pequena falha técnica, que prometo corrigir logo que possível). Dêem um pulo ás duas localidades mencionadas: Cacela Velha e Sítio da Fábrica. Vai valer a pena...


Trago-vos hoje, algumas imagens de Cacela Velha, pequena aldeia em varanda sobre um dos extremos da Ria Formosa, que mantem até hoje, a magia de outros tempos.



Delicada, muito pequenina, cheia de histórias, com um legado único de antepassados que por ali passaram, deixando a sua marca indelével, permitindo hoje espreitar o passado.










A aldeia, um conjunto arquitectónico harmonioso, detém a
credencial de Imóvel de Interesse Público desde 23 de Setembro de 1983.





Ao entrar na aldeia, começamos por pisar um belíssimo pavimento em calçada portuguesa, remetendo-nos desde logo para outros tempo...

Ruas estreitas, muito bem caiadas de branco e limpas, guiam-nos até á Igreja Matriz, no limite a sul da aldeia. Aí, vemos uma das mais belas paisagens e cenário deste sul algarvio:





o melhor de Cacela!





É simplesmente fantástico observar o sol deitando-se de mansinho no espelho d'água que se estende até onde a nossa vista alcança...




Continuando a caminhada, contornamos a Igreja Matriz, seguimos ao longo do muro em direcção ao centro da aldeia e chegamos ao largo em frente à Fortaleza.


Esta Fortaleza foi mandada construir no reinado de D. João III ou de D. Sebastião, visto o castelo árabe-medieval escontrar-se, à época, quase totalmente desmantelado. O edifício sofreu várias vicissitudes ao longo da sua existência, tendo ficado praticamente destruido com o terramoto de 1755. Foi mandada reconstruir por D. Rodrigo de Noronha em 1770, prolongando-se os trabalhos até 1794.


Na actualidade, as dependências da Fortaleza estão ocupadas pela Brigada Fiscal da GNR e o seu acesso ao interior carece de autorização.












Mais uma magnífica imagem, desta vez no sentido de Vila Real de Santo António...




No largo central podemos observar esta nora, donde ainda é possível retirar água para o consumo dos populares



Em frente á entrada para a Fortaleza, podemos observar as Casas da Câmara. Edificações térreas situadas no limite da povoação, junto á antiga cerca árabe-medieval. A antiga cadeia ocupava uma destas casas e as cavalariças outra.


Estas edificações, que aparecem indicadas em cartas dos séc. XVII e XVIII foram entretanto transformadas em casas para habitação, mantendo no entanto os duplos beirais da construção inicial.


As


Casas, caiadas de branco, com o tradicional azul cobalto e amarelas nas barras das frontarias cintilam quando expostas aos raios solares num lindo dia como este. Por momentos, até parece que estou numa outra aldeia, no meio do Alentejo, minha terra mãe... e o tempo parou!

Também eu parei, ao ver a Maggie a dar uma pequena corrida a este gatinho, que na sua natural calma, se espreguiçava sobre os ramos de uma árvore.










Mas o gatito, na sua ideia, bem sabia que estava bem seguro onde estava, e pouco se ralou com a situação, observando o horizonte, talvez em busca do seu jantar!



Iniciámos a nossa caminhada de volta ao Xaimite, e quase a sair, observo os nomes de uma dada rua, e penso:
"Senhores dirigentes deste nosso pedaço á beira mar plantado: temos história, usem-na e divulgem o que de melhor temos neste periodo tão conturbado em que vivemos."
Isto são nomes de ruas. Representam algo. A hsitória do local, das suas gentes, do seu passado e daqueles que lutaram para nós pudermos ver estas (cada vez menos) maravilhas do nosso país...
Rua das Violetas, Rua das Oliveiras....o que é isso???????
Daqui seguimos para a Fábrica, mas essas imagens ficam para outro dia...

Bons passeios e divirtam-se por esse Portugal fora!